"O futebol é uma atividade esportiva relevante no contexto brasileiro e que sua retomada pode contribuir para as medidas de redução do deslocamento social, através da teletransmissão dos jogos para domicílio.
"Este Ministério da Saúde é favorável ao retorno das atividades do futebol brasileiro. Desde que atendidas todas as medidas apresentadas neste parecer."
O Ministério da Saúde enviou na noite de ontem a autorização que a CBF e as Federações esperavam.
Está autorizada a volta do futebol brasileiro.
Mas não foi como o presidente Rogério Caboclo esperava.
O ministro da Saúde, Nelson Teich, impôs várias condições.
A primeira delas é que os jogos sejam com portões fechados.
Sem público.
E, importantíssimo, deixou a cargo das prefeituras das cidades avaliarem se há ou não a possibilidade de jogos, diante da pandemia do coronavírus.
A CBF terá de garantir que todos os envolvidos nos jogos tenham sido testados e não estejam infectados. Caboclo repassará a responsabilidade às Federações.
O item está assim detalhado pelo Ministério da Saúde.
"(Desde que a CBF)garanta a realização dos testes e avaliações constantes não apenas nos atletas, mas também que seja ofertado aos membros das comissões técnicas, funcionários e colaboradores, assim como respectivos familiares e contactantes próximos.
"Cabe ressaltar que no momento, a disponibilização de testes rápidos no sistema de saúde encontra-se saturada diante das necessidades da população brasileira."
Além disso, o ministro Nelson Teich faz questão de envolver os prefeitos de cada cidade. Os jogos só acontecerão se houver a liberação do secretário municipal, que acatará a determinanção do prefeito.
"A autorização sobre o início das atividades de treinamento nas localidades deve ser do Secretário Municipal, "pois o Ministério da Saúde não irá contrapor uma decisão de gestor local que é quem está vivenciando o problema."
Ou seja, o "Guia para Retomada Progressiva", feito por médicos de clubes, e enviado pela CBF, não foi completamente aceito.
Mas com ressalvas importantes, Caboclo teve o parecer favorável do Ministério da Saúde, como queria.
Os presidentes de Federações já foram avisados.
Agora, caberá a cada cidade, autorizar ou não, a retomada do futebol.
A postura dos prefeitos é muito cautelosa.
A maioria não pensa em retomada do esporte em maio, porque o número de infectados e de mortes pelo coronavírus só aumenta no Brasil.
Talvez em junho, se a situação melhorar muito.
O mais radicais deles é o prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Atlético Mineiro, Alexandre Kalil.
Ele foi claro.
"Em Belo Horizonte, o futebol não volta enquanto o Brasil estiver enfrentando a pandemia do coronavírus.
"Aqui em BH, para voltar com o futebol, a Federação Mineira terá que conversar com o prefeito, que é quem manda na cidade, e proibiu eventos.
"Aqui não vai abrir, a não ser que a Justiça mande. O prefeito não vai abrir, aqui não tem futebol. De acordo com o STF, quem manda na cidade é o prefeito.
"Falar em voltar alguma coisa agora, como o futebol, que envolve muita gente, pelo menos 200 pessoas em uma partida, além de mais 11 caras que vão se estapear dentro de campo, é um descolamento total da realidade.
"Ninguém sabe o que é corpo em saco plástico.
"Pensar em futebol, agora, é coisa de débil mental..."
R7
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